Mais de 40 anos de carreira, 28 discos de ouro (mais do que qualquer outra banda americana), 40 milhões de discos vendidos nos Estados Unidos (mais de 100 milhões no mundo). As credenciais do Kiss são mais do que conhecidas, e esse fabuloso circo do rock'n'roll está voltando ao País para uma nova turnê (a última foi em 2009, quando tocaram para 37 mil pessoas em São Paulo).
Desta vez, eles tocam em Porto Alegre no dia 14, no Estádio Zequinha; em São Paulo, no dia 17, na Arena Anhembi; e no dia 18, no HSBC Arena, no Rio de Janeiro. Estão excursionando com a Monster Tour, do novo disco Monster, lançado este ano, que prescinde de "orquestras, coros de meninos, teclados e produtores ou compositores de fora", segundo Gene Simmons.
Você era aguardado no Nordeste do Brasil, este ano, para um show no festival Metal Open Air com a banda Rock N' Roll All Stars, organizada por Matt Sorum, do Guns N' Roses. Mas acabou não vindo à América do Sul. O que aconteceu?
Mas eu fui. Nós fizemos quatro shows, eu era o frontman da banda. Não tive tempo de ir a mais lugares porque estava gravando o novo disco do Kiss, mas fomos a Buenos Aires, ao Panamá. Não me lembro dos lugares agora.
É verdade que este ano você entrou numa vaquinha de US$ 200 milhões para tentar fazer uma turnê de retorno do Led Zeppelin?
Sim, é verdade. Foi uma companhia aqui na América que estava tentando, e eu os contatei para colocar grana nisso. Mas Robert (Plant) não quis. Fiz isso porque aquela banda produziu mais hits e riffs do que qualquer outra na história do rock. Eles foram influentes para mim, mas não foi só o Led Zeppelin. Os Beatles, que fizeram músicas muito estruturadas e com grandes melodias. O Humble Pie. E o Cream, claro. E também Hendrix, mas especialmente os grupos ingleses.
Ouvi que você declarou voto em Mitt Romney recentemente, dizendo que Obama era uma decepção para você?
Não estou certo. Votei em Obama, mas ele não domina o mundo do comércio. Romney é um businessman, tem condições de melhorar a educação, criar empregos. Eu queria ouvir agora o que os candidatos têm a dizer para decidir. Ele tem feito uma boa campanha, mostra que as pessoas agora têm uma opção. Eu ainda estou me decidindo.
Mitt Romney é mórmon. Isso não coloca a religião no meio da política, não é complicado?
As duas coisas mais importantes, as que são prioridade nesse momento, são empregos e como tornar o país mais seguro. O restante pode ser discutido depois.
O Kiss acaba de lançar um novo disco, Monster. Que tipo de comparações você pode fazer entre esse novo trabalho e os anteriores, como Sonic Boom, o mais recente, de 2009?
Monster é uma nova obra feita com uma nova banda, com o guitarrista Tommy Thayer e o baterista Eric Singer. Quando ouvi o resultado, eu disse: "Uau! Toda canção me impressiona". Nesse disco, todos cantam e todos compõem. Como um disco é melhor do que o outro?, me perguntam, e eu não sei responder. Mas posso dizer que esse disco é importante e fundamental porque nós acreditamos em cada música, em cada verso, em cada riff.
Mas é possível dizer que é um disco em que as guitarras assumem maior protagonismo, não?
Está certo. É exatamente o que pensamos. E outra coisa: não estamos "interpretando", não planejamos o jeito como ele iria soar, não fizemos nada para estar na moda. Esse disco representa exatamente o que somos, e o que procuramos fazer foi sermos nós mesmos.
Você costuma reconhecer que algumas bandas mais novas, como o Slipknot, são filhos diretos do som do Kiss?
Não importa o que os tenha influenciado, bandas como Slipknot, Rob Zombie ou mesmo Lady Gaga. O que importa é a contribuição deles para a construção do espetáculo ao vivo do rock e do pop. Quando nós começamos, não havia condições técnicas para um espetáculo dessa grandeza. Não havia iluminação adequada, não havia a pirotecnia, os fogos, os efeitos. Nós decidimos que nosso show teria tudo isso, e fomos inventando até chegarmos ao melhor. É algo muito importante de se reconhecer: Lady Gaga e Slipknot estão dando aos seus fãs uma jornada de diversão completa.
Sim, mas vocês não são apenas músicos de um espetáculo de Broadway. Seu rock'n'roll é dos melhores.
Não somos atores ou dançarinos. Não estamos aqui falando de Madonna, nós não usamos gravações, não usamos nada fake. Tudo é feito por quatro caras no palco. É só uma banda. A construção do espetáculo é para tornar tudo mais animado para o fã, sem abrir mão do principal: a música. O mais importante é sempre ser honesto.
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