3 de julho de 2015

#Quode!


"Foi então que o olhar de Nimue se cruzou com o meu e ela sorriu fazendo com que eu sentisse o meu coração bater como o de um animal selvagem enjaulado. Nesse momento, Ceinwyn sorriu para mim e eu deixei de ter olhos para Nimue, apenas conseguia ver Ceinwyn, a doce Ceinwyn, que transportava o cabresto de boi através da multidão de homens na direção do lugar que eu ocupava no salão. Os guerreiros abriram alas, mas eu parecia feito de pedra, incapaz de me mexer ou de falar à medida que Ceinwyn, com os olhos marejados de lágrimas, avançava para mim. Ela nada disse, limitava-se a segurar o cabresto estendendo-o na minha direção. Um murmúrio de espanto cresceu à nossa volta, mas eu ignorei as vozes. Em vez disso, caí de joelhos e aceitei o cabresto. Depois segurei as mãos de Ceinwyn e pressionei-as de encontro ao meu rosto que, tal como o dela, estava lavado em lágrimas.
- O senhor fez um juramento, - sussurrou ela, - que me protegeria. 
- Sim, senhora.
- Liberto-o desse juramento, se é esse o seu desejo.
- Nunca - Prometi.
Ela afastou-se ligeiramente.
- Não me casarei com nenhum homem, Derfel - preveniu-me suavemente, os olhos fixos nos meus. – Eu lhe darei tudo, exceto o casamento.
- Então me da tudo que eu poderia desejar - disse, com um nó na garganta e os olhos cheios de lágrimas de felicidade. Sorri e devolvi-lhe o cabresto. 
- É seu."

O Inimigo de Deus. As Crônicas de Artur - Bernard Cornwell


Nenhum comentário:

Postar um comentário